Há algum tempo, na
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, cerca de 400 pessoas
ouviram a palestra do Lama Padma Samten “Espiritualidade, Educação e Saúde”, aqui teço algumas das minhas especulações em diálogo com a
palestra do Lama Samten.
Então, lá tive uma sensação estranha,
de já ter conhecimento de tudo que foi dito, mas ao que me parece, estava
oculto em algum recôndito do meu ser, não que isso me torne uma pessoa
diferente, especial... Isso todos nós somos, em decorrência de sermos únicos. A
questão é exatamente outra: esta sensação de déjà vu me
fez perceber que todas essas informações estão e sempre estiveram, armazenadas
em meu organismo, seja ele físico, biológico, social, etéreo, espiritual.
Parece que guardamos um conhecimento universal que transcende inclusive aos
conhecimentos terrestres.
Estamos todos conectados e influenciando
e influenciados pelos sonhos, desejos, expectativas e perspectivas nossas e do
outro. E segundo o Lama Samten, o desenvolvimento da
espiritualidade pode
“[...] gerar autonomia da energia, ultrapassar os condicionamentos
internos e entender essa vida interna que está além dessas denominações, desses
impulsos. Se a gente não descobrir isso, nós vamos viver a nossa vida inteira
simplesmente repercutindo impulsos condicionados que funcionam por um tempo e
vão sendo abandonados por outros… Isso é um super desperdício pessoal. Talvez
não valha a comida que a gente coma, que também não é pouca e envolve muitas
vidas.”
Assim amigos, desenvolver a
espiritualidade no contexto pessoal afeta diretamente a nossa qualidade de
vida, o aumento da nossa consciência e a ampliação da plenitude de nossas
experiências cotidiana, seja por meio do olhar da ciência, da inteligência
espiritual, da filosofia, da cognição, do metabolismo e do funcionamento
cerebral, haja vista existe uma rede onde todos nós estamos mutuamente
imbricados, e sendo continuamente impulsionados para o descobrimento, o
desvendamento do caminho que pode conduzir a saúde, a felicidade, a paz
planetária e, por conseguinte, a espiritualidade.
Do mesmo modo, é a
meditação, “[...] eu tenho que parar livre e olhar o que está na
frente, despido do que eu tenho dentro. Esse é o treinamento.” Pois
não podemos esquecer que todos “Nós estamos no samsara, onde nós
olhamos para as coisas e elas parecem uma coisa, mas elas são outra. A gente
não vê a profundidade das coisas, a gente vê a superficialidade delas.”
Por isso, a capacidade
de entender “o outro no mundo do outro” é fundamental para que as
nossas relações (inter e intra) pessoais melhorem. Para entendermos o que
significa olhar o outro no mundo do outro, Lama Samten nos ensina: “[...]
nós precisamos ter alguma experiência de distanciamento dessas estruturas
internas que pensamos que somos nós mesmos, mas não são nós mesmos. São
estruturas internas.”
Por exemplo, “[...]
nós estamos sempre olhando para as coisas para ver se alguma coisa brilha mais
e nós nos alegramos. A nossa energia está totalmente dependente das
experiências de olhos, ouvidos, nariz, língua, tato e mente abstrata.”
Assim, é preciso
percebermos e ficarmos atentos que “[...] O protagonismo é da mente”. Mas, é natural que automaticamente, cotidianamente executemos nossas atividades ao
contrário. Pois, quando a gente fica insatisfeito com algo, tudo empalidece e
perde o sentido. Daí devemos entender que “Não há avanço contínuo, apenas por
saltos.”
E então, depois destas reflexões, o que te move?